O Brasil parece ter uma relação extremamente complicada com águas. Em alguns lugares, falta e a seca é uma praga. Em outras, o excesso transforma cidades em rios, ou lagos. Em São Paulo, as fortíssimas chuvas cotidianas tem transformado o fim de dia de quem vive aqui em verdadeiros pesadelos. A cidade não aguenta nem 20 minutos de chuvas mais fortes, sem que vários pontos de alagamento se formem nas ruas.
É ridículo.
Parte da culpa é do processo totalmente selvagem de urbanização, que impermeabilizou completamente a cidade. Ainda hoje, algumas obras continuam aprofundando isso, como por exemplo a ampliação da marginal que está transformando os poucos canteiros com grama em pistas. Afinal, aqui o carro é rei.
E os piscinões, insuficientes, não dão conta das coisas.
Pensando nesta questão de impermeabilização, área verde e contenção de água, me veio uma idéia na cabeça, talvez ingênua, mas que me parece fazer sentido: e se o poder público fizesse ações para incentivar a instalação de cisternas e jardins suspensos nos prédios e casas? Isso com certeza diminuiria a quantidade de água despejada nas ruas e nos bueiros já saturados. Afinal, o grande problema não é a quantidade de água, mas sim a quantidade de água em um curtíssimo espaço de tempo. E a água das cisternas ainda poderia ser reaproveitada para uso em lavagem de calçadas e privadas.
Em vez de alguns poucos piscinões, uma infinidade de piscininhas e jardinzinhos.
Alguém aí consegue achar o furo na minha idéia?